Você gostaria de ouvir elogios sobre o quão leve e confortável é dançar com você toda vez que você vai ao forró? É uma sensação maravilhosa, e eu vou te ajudar a chegar lá! vem comigo!
Os braços na dança são uma estrutura supervalorizada. Nós somos naturalmente visuais e manuais. (leia o texto:Os Nossos 6 Sentidos No Forró!!). Ao começarmos a dançar logo queremos fazer tudo com os braços, quase como se quiséssemos forçar o acontecimento das coisas. Isso é o que mais prejudica uma boa funcionalidade dos braços bem como sua leveza.
Nosso primeiro trabalho então é compreender o que é e o que não é responsabilidade dos braços.
Se você gostar deste conteúdo por favor me ajude a compartilhar o texto para que cada vez mais pessoas saibam de boas práticas na dança.
O que não é responsabilidade do braço
Elenco aqui as coisas que as pessoas normalmente fazem com os braços sem necessidade, apesar de ser muito tentador. Em algumas dessas coisas, os braços podem acabar auxiliando, porém de forma claramente secundária, ou seja, na ausência dos braços elas seriam plenamente possíveis de funcionar.
Carregar o braço do par
Cada um é responsável pelos próprios movimentos, faz uma tremenda diferença concentrar-se em mover apenas os seu braço sem carregar o braço do par. E também vale entender que para isso ambos tem que ser ativos. Se o conduzido espera ser carregado ele estará contribuindo para uma dança pesada.
Para isso, é importante não agarrar nem pinçar a mão do parceiro, as mãos se tocam com abundância porém sem qualquer restrição de movimento, é preciso formar um contato dinâmico entre as mãos para que os braços possam trabalhar livremente sem fazer movimentos indesejados ou desconfortáveis. E isso contribui para que ninguém carregue nem seja carregado.
Locomover o corpo
Os braços podem ajudar a orientar o deslocamento, porém quem promove o deslocamento são as pernas, desse modo não adianta nada puxar o braço do par.
Equilibrar o corpo.
O equilíbrio do corpo se dá com o posicionamento da projeção do centro de gravidade na área da base. Quem forma a área da base do nosso corpo são nossos pés. Perceba que os braços não estão presentes na equação do equilíbrio, de forma que se você se sentir desequilibrado, procure mover as pernas para formar uma nova base de apoio e não puxar o par com os braços para se equilibrar.
Conduzir as partes do corpo que não sejam o braço.
A maneira mais eficiente de conduzir os movimentos é utilizando a estrutura correspondente do corpo. Ou seja, quem melhor conduz o quadril é o quadril, a melhor condução para caminhar é caminhando. O braço novamente terá apenas uma participação secundária nas conduções das demais partes do corpo.
O que é responsabilidade do braço
Agora elenco o que os braços devem de fato fazer. As coisas que são funções primárias dos braços e provavelmente não seria possível sem eles.
Desenhar os movimentos
Conduções precisas e leves são decorrentes de apenas dois elementos: desenho e timing. Se o braço se movimenta da maneira correta na hora correta a força se faz 100% desnecessária para se conduzir. Mais uma vez, para que isso aconteça de maneira plena é preciso que os dois dançarinos sejam responsáveis por movimentar o próprio braço.
Os charme de braço são, obviamente, função dos braços e entram na categoria dos desenhos.
Ajudar a orientar o corpo
Os braços podem ser muito úteis para a orientação, quando o conduzido está finalizando um giro, os seus braços são uma boa indicação da posição do condutor, logo ajudam a saber para onde virar para começar o próximo movimento.
Além dessa ajuda com a referência, o braço também pode ser um importante indicador da direção dos giros. Estender um dos braços do conduzido na direção em que queremos o giro é uma boa forma de ajudar o conduzido entender melhor para onde ir.
Algumas estratégias
Agora que separamos o que o braço deve ou não fazer, podemos analisar algumas técnicas que podem ajudar bastante.
Procure mover o braço primeiro pelo cotovelo.
A musculatura dos ombros é quem levanta e sustenta os braços e ao ativar a musculatura dos ombros a ativação gera resultados até a próxima articulação, ou seja, o cotovelo. A parte dos braços que efetivamente pesa é o braço em si (Parte do corpo entre o cotovelo e o ombro). Ao subir o braço o cotovelo é o primeiro e ao descer é o último.
Somos muito ligados às mãos e ao antebraço(Parte do corpo entre o cotovelo e o punho) e temos uma tendência de deixar que estas estruturas guiem a movimentação do braço, e isso é um dos fatores que fazem o braço ficar lento e pesado.
Controlar a descida.
Normalmente os dançarinos se preocupam muito em levantar o braço e simplesmente o deixam despencar no fim do movimentos. Isso faz pesar e muito. Lembre-se sempre de controlar tanto a subida quanto a descida.
Deixar as articulações do braço sempre disponíveis para mover-se.
Muitas pessoas acham que o correto é deixar o braço sempre estendido durante os giros. Porém os braços precisam de movimento para estarem sempre se aproximando do par, dessa forma se preservam eixo, conforto e contato entre as mãos. Procure deixar o cotovelo acima da linha dos ombros e deixe o que o antebraço se movimente constantemente para adaptar à necessidade do movimento.
O que segue o que?
O braço do conduzido segue ATIVAMENTE o braço do condutor motivado pelo contato existente.
O corpo do conduzido segue o próprio braço. Isso mesmo! O braço é ativo e independente do corpo, de forma que o corpo não espera o braço atingir um limite articular para poder “carregar”, ”levar” o corpo a se movimentar. O conduzido procura deixar a relação de posição entre braço e corpo sempre constante de forma que se o braço começa a se mover no espaço, o corpo vai atrás prontamente. Isso é uma das técnicas que mais ajudam na leveza e na agilidade ao mesmo tempo.
Deixe o braço sempre desconectado do corpo
Isso mesmo!
Um braço conectado do corpo é útil em momentos específicos: no abraço da dança fechada, nos repiques e nos aéreos. Nas movimentações abertas de giros e de trocas de lado os braços não devem ter uma conexão forte com o tronco. Se mantivermos o braço conectado ao corpo durante um giro, qualquer imperfeição no movimento circular do braço ao redor do corpo gera um impacto direto no centro de gravidade comprometendo o eixo e o equilíbrio do corpo.
Ao conduzir circule a cabeça do conduzido.
Nos movimentos de giro acima da cabeça é muito importante desenhar um círculo com os braços para poder preservar ao máximo a relação da posição entre o braço e o corpo do conduzido. Muitas pessoas dizem que isso atrasa a condução, mas isso é uma enorme bobagem.
Para começarmos uma condução subsequente, o corpo do conduzido deve estar preparado para executar a nova movimentação ativamente. Ao circular o corpo do conduzido, o braço do condutor sempre retorna para a posição inicial na hora exata em que o conduzido finaliza o seu giro, ou seja na hora exata em que ele está pronto para receber uma nova sugestão de movimentação.
Entregar o braço ao par a todo instante principalmente quando os corpos estiverem se afastando.
Procure entender que quando nos afastamos do par o braço afasta junto, se os dois trouxerem o braço consigo durante esse afastamento, vão ocorrer puxadas indesejadas. Sempre que os corpos se afastarem entregue o seu braço ao seu par de forma a anular o movimento de afastamento e preservar o contato sem nenhum tipo de pressão ou puxões.
Perceba que esse afastamento normalmente acontece na pisada 1 e logo após a troca de lado. Não adianta então o condutor querer apressar a condução. Lembre-se que o braço não movimenta o corpo, portanto se o corpo não estiver indo na direção do movimento ainda(muito comum na pisada 1), de nada adiante puxar com o braço, espere o conduzido começar a se mover para direção final da movimentação(normalmente a partir do dois) para fazer com o braço execute um movimento auxiliar ao movimento do conduzido. Esta é uma das melhores maneira de continuar evitando puxões e pressões desnecessárias.
Lembre-se, se o conduzido já for fazer um movimento, você não precisa fazer uma condução mecânica para reforçar esse acontecimento.
Não duele com alguém que puxa.
Se alguém passa a dança te puxando, libere ainda mais o seu braço na direção da pessoa. Desta forma você contribui para a leveza da dança e protege suas articulações.
Se alguém te puxar, prender a sua mão e não te der opção a não ser se sentir incomodado pelo excesso de força, agradeça pela dança e saia.(Leia: Posso recusar uma dança ou parar uma dança no meio? Entenda regras básicas de educação e respeito no salão!!)
Conclusão
A palavra mágica dos braços é ATIVIDADE. Se cada um se responsabilizar pela movimentação do seu próprio braço, leveza, conforto e agilidade serão simplesmente uma consequência. Você vai começar a ouvir frases do tipo: Nossa, nunca dancei com alguém tão leve!
Se alguma dessas informações não fizer sentido para você, procure a ajuda de um profissional para que ele possa te ajudar a compreender melhor. Buscar orientação é sempre um caminho mais eficiente. Qualquer dúvida entre em contato ou me procure em uma das minhas escolas.
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