Uma boa transferência de peso é a primeira preocupação de um bom dançarino. Esse recurso está presente, simplesmente, em todos os movimentos que fazemos ao dançar a dois. Não dá pra pensar em evoluir a dança sem evoluir a sua maneira de transferir o peso.
Para compreendermos a transferência de peso primeiro precisamos compreender o equilíbrio. O que acontece, fisicamente, para que o nosso corpo permaneça estável e e não precise de nenhum ajuste para para não cair e se restabelecer.
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EQUILÍBRIO
É muito comum ouvir pessoas dizendo que para ficar equilibrado é preciso contrair o abdome, travar o bumbum, manter-se em um perfeito alinhamento corporal, ter um bom eixo vertical. Tudo isso são apenas maneiras de ajudar você a TALVEZ ficar efetivamente equilibrado. Alguns desses conceitos podem inclusive atrapalhar você a se equilibrar em determinados momentos. É plenamente possível se equilibrar, com o abdome frouxo, com o bumbum relaxado, fora do eixo e com o corpo desalinhado!
Para isso vamos entender o que realmente nos faz equilibrar. Qual a explicação Física por traz do equilíbrio, qual a “fórmula” que independe de todos esses aspectos citados acima?
Vamos a ela:
ESTAR EQUILIBRADO É TER O CENTRO DE GRAVIDADE PROJETADO NA ÁREA DA SUA BASE.
Vou tentar manter a explicação desta frase o mais simples possível, para atingirmos apenas as aplicações práticas para dançar.
CENTRO DE GRAVIDADE (CG)
O ponto que representa a relação da média ponderada das massas do corpo e suas posições. Cada pedaço do seu corpo (Cabeça, braço, perna, etc) tem uma massa (peso, pop.), essa massa contribui para atrair o CG para mais perto da sua posição. Por exemplo se abrirmos o braço direito, o CG se move ligeiramente para a direita, a mudança é pequena pois a massa do braço é pequena em relação ao corpo. Se movimentarmos o tronco para frente o CG se move muito para frente pois o tronco é pesado em relação ao corpo.
O centro de gravidade do nosso corpo (em posição neutra), se localiza aproximadamente alguns centímetros atrás do umbigo.
PROJEÇÃO DO CENTRO DE GRAVIDADE
A projeção do CG é o ponto no solo estritamente abaixo do CG. Imagine uma linha saindo do seu centro de gravidade e tocando o chão de forma perpendicular. O ponto de encontro dessa linha com o chão é a projeção do CG. Outra forma de pensar é imaginar que a projeção do CG é a sombra do CG ao sol de Meio dia.
ÁREA DA BASE
É a área compreendida entre as extremidades dos nossos apoios. Se temos dois pés no chão a área compreendida entre eles também é uma área válida para se projetar o CG.
Se temos apenas um pé no chão, essa área intermediária se perde e a área válida passa a ser exclusivamente a área abaixo do nosso pé.
Daí entendemos por que manter o equilíbrio não é uma habilidade fácil, pois em grande parte da dança passamos na ponta dos pés. Além de não termos a área entre os pés para nos apoiar não temos nem a área completa de um pé para projetar o CG.
TRANSFERÊNCIA DE PESO
Agora que entendemos o que é equilíbrio podemos fazer um estudo mais consciente da transferência de peso. Transferir o peso é justamente mover a projeção do centro de gravidade entre um apoio e outro( entre um pé e outro). Agora fica fácil entender o que significa transferir o peso de forma gradual e a sua importância.
A ideia é posicionar o pé no chão ANTES de transferir o peso para ele. Ao transferir o peso não faça com pressa e imagine que um pé está entregando a projeção do CG exatamente para baixo do outro pé. Olha como o raciocínio é simples.
Você só se equilibra se o CG estiver projetado em algum apoio. A área entre os pés é uma área válida como área de apoio. Pronto! Ao posicionar o pé, sem peso, no chão ganhamos a área entre os dois pés para apoiar o a projeção do CG. Dessa forma nós literalmente criamos uma ponte entre os dois pés que permite que a projeção do CG seja movimentada sem desequilibrar o corpo em momento algum durante a transferência de peso.
Muitos estilos de dança prezam por uma transferência completa entre um pé e outro durante as marcações. Mas quando falamos de transferência completa, estamos focando apenas no final deste processo. Eu posso ter transferências completas de forma estável se eu fizer uma transferência gradual, perceba que gradual não significa parcial!
A transferência gradual interfere diretamente no controle dos movimentos principalmente durante as pausas, trocas de direção e momentos em que queremos fazer as famosas paradinhas. Permite também reduzir e acelerar a velocidade de execução dos movimentos, bem como permite que ao sair do chão, um pé utilize o “restinho” de peso que ainda não foi transferido para conseguir gerar uma pressão adequada no chão de forma a conseguir se propelir (impulsionar) o corpo, isso muito útil durante giros longos. Isso permite que tenhamos agilidade e estabilidade ao mesmo tempo.
Trabalhar a qualidade, a consciência e o controle da transferência de peso é o melhor presente que você pode dar à sua dança. Controlar as suas transferências é o primeiro grande “passo” que damos para conseguirmos controlar todo nosso corpo durante a dança, e o controle é o que separa os dançarinos iniciantes dos avançados.
Se você teve dificuldade de entender este conteúdo, não deixe de procurar auxilio de um profissional qualificado. Orientação é sempre o melhor caminho para evoluir de forma eficiente com economia de tempo e esforço.
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