Base 2 Do FORRÓ. A Mais Tradicional é a Menos Eficiente.

Este texto é sobre mais um aspecto técnico do forró. A repercussão do texto sobre a pisada 2 (Pisada 2 no forró! A pisada da agilidade e a mais negligenciada.) foi muito positiva e várias pessoas me pediram para fazer mais textos sobre técnicas. Vou fazendo então pequenos textos com técnicas de alto potencial (leia:sensação de estar piorando na dança) que podem contribuir para a sua dança tingir um novo patamar.

Esta análise técnica sobre a base 2, está focada na pisada número 1 da dança, aquela que vem logo após a pausa. Em breve teremos uma análise das demais pisadas. E a ideia deste estudo sobre as pisadas é demonstrar que o trabalho das pernas na dança aberta é mais relevante que o trabalho dos braços, muito embora os braços sejam mais visados e mais valorizados pelos alunos.

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A TRADICIONAL

É notório que a base dois do forró (também chamada de abertura ou dobradiça), possui uma forma tradicional bem característica e muitas vezes é uma forma de caricaturizar este estilo de dança. É a abertura em que pisamos a pisada número um para trás levando junto o quadril. Dessa forma nosso corpo se abre como uma porta cada hora para um lado.

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Quais os problemas técnicos disso, porque esta forma é tão ineficiente?

  1. Ao levarmos perna e quadril para trás consequentemente aumentamos as chances de levarmos tronco e os ombros para trás. Ao levar um dos ombros para trás, o braço deste ombro fica “curto”, ou seja, se afasta muito do corpo do par reduzindo a sua funcionalidade.
  2. O quadril é uma das estruturas mais pesadas do corpo e tem uma grande proximidade com nosso centro de gravidade. Ao levarmos o quadril para trás, movimentamos uma porção muito grande da nossa massa (“do nosso peso”), isso contribui para um maior esforço durante a movimentação.
  3. Ao girarmos o quadril para trás estaremos utilizando uma musculatura fraca da nossa perna, o conjunto de músculos que promovem a rotação do quadril em relação à coxa não conseguem chegar perto da eficiência e força da musculatura de flexão e de extensão do quadril.
  4. Ao girarmos o nosso corpo sistematicamente sem deslizar o pé de base estamos forçando e comprometendo pouco a pouco nossos joelhos que estão preparados para flexionar e estender mas não são estruturados para suportar um grande volume de torções.
  5. Ao virarmos o quadril para os lados prejudicamos a nossa referência em relação ao nosso par. Focamos a nossa maior potência (póstero-anterior) para uma direção que não passa perto do nosso par.

Concluindo: A base 2 tradicional move mais peso, com uma musculatura mais fraca, nos coloca em uma direção pouco interessante e quase inutiliza um dos braços durante este processo que ataca a saúde dos nossos joelhos.

A MAIS ATUAL

A abertura mais utilizada pelos dançarinos mais avançados e que conseguem uma maior complexidade e desenvoltura em movimentações “abertas”, aquelas com predomínio de giros longos, constante troca de lado e grande variedade de trabalho de braço. É aquela em que se pisa a pisada um estritamente para trás(em algumas vezes logo ao lado do ouro pé), deixando em uma mesma linha a posição do pé, a projeção da a espinha ilíaca anterossuperior doravante EIAS (pontinha de cima do osso do quadril) correspondente ao pé (pé direito EIAS direita, pé esquerdo EIAS esquerda), e o centro do corpo do parceiro.

Em menos palavra, estão alinhados: pé, EIAS e centro do corpo do parceiro.

Naturalmente os benefícios dessa forma mais atual são exatamente o contrário dos prejuízos da base 2 tradicional.

  1. Ao pisar sem abrir o quadril os 4 ombros do casal ficam enquadrados e os braços ficam igualmente distantes, o que ajuda muito a funcionalidade.
  2. Ao mover a perna sem balançar o quadril para trás se move uma massa (“peso”) muito menor.
  3. Utilizamos a musculatura locomotora mais potente, a mesma musculatura que usamos para correr.
  4. Mantemos os nossos joelhos executando as movimentações que eles estão preparados para fazer, dobrar e esticar.
  5. A preocupação em ter o centro do nosso par no alinhamento da abertura nos leva a ter um direcionamento muito mais eficiente para a troca de lado entre o casal.

Concluindo: Movemos uma massa menor na direção oposta do movimento principal, utilizamos uma musculatura mais forte para uma direção mais lógica e estratégica ao passo que a funcionalidade dos braços e saúde dos joelhos estão preservadas.

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TESTE PRÁTICO

Experimente fazer as duas aberturas sozinho e veja qual você é capaz de fazer em uma maior velocidade. Te garanto que você também vai experimentar um conforto muito maior nos joelhos ao acelerar a base 2 mais atual.

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