Este texto é sobre mais um aspecto técnico do forró. A repercussão do texto sobre a pisada 2 (Pisada 2 no forró! A pisada da agilidade e a mais negligenciada.) foi muito positiva e várias pessoas me pediram para fazer mais textos sobre técnicas. Vou fazendo então pequenos textos com técnicas de alto potencial (leia:sensação de estar piorando na dança) que podem contribuir para a sua dança tingir um novo patamar.
Esta análise técnica sobre a base 2, está focada na pisada número 1 da dança, aquela que vem logo após a pausa. Em breve teremos uma análise das demais pisadas. E a ideia deste estudo sobre as pisadas é demonstrar que o trabalho das pernas na dança aberta é mais relevante que o trabalho dos braços, muito embora os braços sejam mais visados e mais valorizados pelos alunos.
Se você gostar deste conteúdo, por favor compartilhe o blog com seus amigos para que possamos juntos disseminar boas práticas no meio da dança.
A TRADICIONAL
É notório que a base dois do forró (também chamada de abertura ou dobradiça), possui uma forma tradicional bem característica e muitas vezes é uma forma de caricaturizar este estilo de dança. É a abertura em que pisamos a pisada número um para trás levando junto o quadril. Dessa forma nosso corpo se abre como uma porta cada hora para um lado.
Quais os problemas técnicos disso, porque esta forma é tão ineficiente?
- Ao levarmos perna e quadril para trás consequentemente aumentamos as chances de levarmos tronco e os ombros para trás. Ao levar um dos ombros para trás, o braço deste ombro fica “curto”, ou seja, se afasta muito do corpo do par reduzindo a sua funcionalidade.
- O quadril é uma das estruturas mais pesadas do corpo e tem uma grande proximidade com nosso centro de gravidade. Ao levarmos o quadril para trás, movimentamos uma porção muito grande da nossa massa (“do nosso peso”), isso contribui para um maior esforço durante a movimentação.
- Ao girarmos o quadril para trás estaremos utilizando uma musculatura fraca da nossa perna, o conjunto de músculos que promovem a rotação do quadril em relação à coxa não conseguem chegar perto da eficiência e força da musculatura de flexão e de extensão do quadril.
- Ao girarmos o nosso corpo sistematicamente sem deslizar o pé de base estamos forçando e comprometendo pouco a pouco nossos joelhos que estão preparados para flexionar e estender mas não são estruturados para suportar um grande volume de torções.
- Ao virarmos o quadril para os lados prejudicamos a nossa referência em relação ao nosso par. Focamos a nossa maior potência (póstero-anterior) para uma direção que não passa perto do nosso par.
Concluindo: A base 2 tradicional move mais peso, com uma musculatura mais fraca, nos coloca em uma direção pouco interessante e quase inutiliza um dos braços durante este processo que ataca a saúde dos nossos joelhos.
A MAIS ATUAL
A abertura mais utilizada pelos dançarinos mais avançados e que conseguem uma maior complexidade e desenvoltura em movimentações “abertas”, aquelas com predomínio de giros longos, constante troca de lado e grande variedade de trabalho de braço. É aquela em que se pisa a pisada um estritamente para trás(em algumas vezes logo ao lado do ouro pé), deixando em uma mesma linha a posição do pé, a projeção da a espinha ilíaca anterossuperior doravante EIAS (pontinha de cima do osso do quadril) correspondente ao pé (pé direito EIAS direita, pé esquerdo EIAS esquerda), e o centro do corpo do parceiro.
Em menos palavra, estão alinhados: pé, EIAS e centro do corpo do parceiro.
Naturalmente os benefícios dessa forma mais atual são exatamente o contrário dos prejuízos da base 2 tradicional.
- Ao pisar sem abrir o quadril os 4 ombros do casal ficam enquadrados e os braços ficam igualmente distantes, o que ajuda muito a funcionalidade.
- Ao mover a perna sem balançar o quadril para trás se move uma massa (“peso”) muito menor.
- Utilizamos a musculatura locomotora mais potente, a mesma musculatura que usamos para correr.
- Mantemos os nossos joelhos executando as movimentações que eles estão preparados para fazer, dobrar e esticar.
- A preocupação em ter o centro do nosso par no alinhamento da abertura nos leva a ter um direcionamento muito mais eficiente para a troca de lado entre o casal.
Concluindo: Movemos uma massa menor na direção oposta do movimento principal, utilizamos uma musculatura mais forte para uma direção mais lógica e estratégica ao passo que a funcionalidade dos braços e saúde dos joelhos estão preservadas.
TESTE PRÁTICO
Experimente fazer as duas aberturas sozinho e veja qual você é capaz de fazer em uma maior velocidade. Te garanto que você também vai experimentar um conforto muito maior nos joelhos ao acelerar a base 2 mais atual.
Gostou das dicas? Por favor ajude a compartilhar este conteúdo com seus amigos!
E se precisar de mais informações ou dicas não deixe de entrar em contato! Fica também o convite para você me visitar em uma de minhas escolas em Belo Horizonte, ou alguma unidade da rede de ensino que me faz cada dia mais realizado, o Pé Descalço (BH, São Paulo, Santo André, Niterói, Juiz de Fora, Contagem e Londres).
Quanto vale este conteúdo para você?
Você pode ajudar a manter a qualidade e a periodicidade do Blog doando qualquer quantia! Este conteúdo segue grátis, mas a sua doação contribui para que o Blog siga firme ajudando a sua caminhada na dança!
Se não quiser quiser doar, não tem problema algum, você pode contribuir indicando o Blog para uma amigo ou compartilhando nas suas redes sociais!!!

Para ser um colaborador recorrente, você pode fazer doações mensais através do link abaixo:
APOIA.SE/feliperasoforro
Leia também: